Saúde
Diabetes pode aumentar risco de câncer de
esôfago em pessoas com esôfago de Barrett, apresentado em conferência do American College of Gastroenterology
Pacientes
com esôfago de Barrett, que também têm diabetes,
podem ter um risco aumentado desta condição progredir para displasia ou câncer de esôfago,
embora o oposto tenha sido observado para aqueles que apresentavam Barrett e hipertensão arterial.
Este
estudo foi apresentado na conferência anual do American College of
Gastroenterology, em San Diego, na Califórnia, e ainda não foi publicado em
um periódico de saúde. Seus dados e conclusões devem ser considerados
preliminares até que seja publicado em uma revista especializada.
Entre
os pacientes com esôfago de
Barrett, o risco de progressão daqueles com diabetes foi mais do que o dobro dos
não-diabéticos (P=0,01) , de acordo com Prasanthi N. Thota e colegas da Cleveland Clinic. No entanto,
entre o mesmo grupo, os pacientes sem hipertensão arterial tinham
o dobro do risco de progressão (P=0,009) em relação aos hipertensos.
"Tem
havido um aumento da incidência de síndrome
metabólica ao longo das
últimas décadas, o que parece correlacionar-se com um aumento do câncer de esôfago", disse Thota.
O diabetes é um componente da síndrome
metabólica e tem sido associado
ao esôfago de Barrett, mas a sua prevalência em
pacientes com Barrett e o risco de adenocarcinoma associado não tinha sido ainda
quantificada. Para avaliar tal relação, Thota e colegas analisaram dados de uma coorte de 1.623 pacientes com esôfago de Barrett vistos entre dezembro de
2000 e março de 2013.
Um
total de 274 pacientes ou tinha ou foi diagnosticado com diabetes durante o período de estudo. Esses
pacientes com diabetes eram
mais velhos (64 versus 59,6 anos; P<0 a="" class="apple-converted-space" e="" eram="" hipertensos="" mais="" propensos="" ser="" span=""> 0>versus 33,8%; P<0 o:p="">0>
Não
foram observadas diferenças significativas para sexo (P=0,13), raça (P=0,099),
comprimento do segmento de esôfago de
Barrett (P=0,53) ou o tamanho de hérnia hiatal (P=0,17).
No
entanto, altas taxas de pessoas sem diabetes não
mostraram nenhuma evidência de displasia na endoscopia inicial
(62,3% versus 55,5%, P=0,004).
Na biópsia com os achados mais graves durante
cerca de 16 meses de seguimento, nenhuma displasia foi
encontrada em 56,9% das pessoas sem diabetes e
em 51,5% das pessoas com diabetes, enquanto o adenocarcinoma foi encontrado em 15,8% das pessoas
sem diabetes e em 25,9% das pessoas com diabetes(P<0 o:p="">0>
A
progressão para displasia de
alto grau ou câncer foi vista em quase o dobro de
pacientes com diabetes(17,9% versus 9,7%, P=0,018).
Thota
e seus colegas também examinaram a contribuição potencial da hipertensão para o risco de progressão em sua coorte de pacientes com Barrett, notando que a pressão alta é
mais comum em pacientes com esôfago de
Barrett do que na população
geral.
Um
total de 41,8% dos pacientes tinham hipertensão, e daqueles que eram hipertensos, 32,8% tinhamdiabetes, enquanto que, entre aqueles normotensos, 5,4%
tinham diabetes.
Aqueles
que tinham hipertensão eram mais velhos, com uma média de
63,9 anos no momento do diagnósticode Barrett em comparação com 57,9 anos naqueles
sem a pressão sanguínea elevada.
O
comprimento do segmento do Barrett foi maior naqueles sem hipertensão (3,3 versus 2,7 centímetros, P=0,003), mas não
foram observadas diferenças no sexo (P=0,55), raça (P=0,067) ou no tamanho da hérnia(P=0,78).
Durante
17,6 meses de acompanhamento, 61,9% dos pacientes com hipertensão não tinham displasia,
em comparação com 56% dos pacientes sem hipertensão durante
14,6 meses de seguimento (P=0,02).
Um
total de 10,9% e 10% das pessoas com hipertensão tinha
desenvolvido grau baixo e grau alto dedisplasia,
respectivamente, tal como foi de 15% e 12,6% dos que eram normotensos, enquanto
que 16,3% dos doentes com hipertensão desenvolveram adenocarcinoma,
assim como 17,2% daqueles semhipertensão.
A
constatação de que pacientes hipertensos tinham um risco duas vezes menor para
a progressão foi "inesperada" e precisa de um estudo mais
aprofundado. Thota acredita que isso possa estar mais relacionado ao uso de
medicamentos anti-hipertensivos do que devido à hipertensão
arterial.
NEWS.MED.BR, 2013. Diabetes pode aumentar risco
de câncer de esôfago em pessoas com esôfago de Barrett, apresentado em
conferência do American College of Gastroenterology. Disponível
em:
.
Acesso em: 16 out. 2013.